segunda-feira, 23 de julho de 2012

Porque todos moram no paraíso


Ser de uma cidade que tem o nome de Paraíso rende muitas piadinhas. E não digo isso pelo pequeno número de habitantes, mesmo que isso seja outro grande fator para gozações. Mas falo pelas inúmeras vezes que escutei: “então você mora no paraíso?”, “é o paraíso mesmo?”, “Eva e Adão moram lá?” e “paraíso realmente existe, como é lá?”. Não falo sobre isso por não gostar. Na verdade, não me importo. Mas semana passada, algo diferente aconteceu.
            Fui comprar minha passagem. Já sei o jeito que cada “moça dos bilhetes” atende. Escolhi a mais simpática. A loira dos cabelos esvoaçante. 30 e poucos anos. Olhos claros. “Pra onde moça?” Respondi: Paraíso! Foi então que ela entrou pra lista das pessoas brincalhonas em relação a isso. “Então você mora no paraíso?”.
            Observei seu jeito entusiasmado. Acredito que ela tenha se sentido esperta por falar sobre isso.  Sorri e confirmei. Fui sentar em um dos bancos da rodoviária. Estava ainda a guardar a passagem na carteira quando comecei a pensar: “O que as pessoas entendem sobre a palavra Paraíso?”
            Céu, jardim do Édem, lugar utópico. Há diversas definições. Até mesmo cidade, olha que ironia! Eu, como alguém que acredita muito em Deus, e prefere ter fé nas histórias que sempre me falaram a ter que buscar razão nessas questões, creio que exista sim o lugar tranquilo e bonito para nos receber depois da morte.
            Mas, por que falarem tanto disso? A vida já é curta para se preocupar com depois dela. Será que vale a pena achar definições? Não é mais simples se despreocupar? Pois é, eu penso assim. As pessoas se preocupam muito em tentar adivinhar e prever as coisas e se esquecem que estão vivas. Talvez, o verdadeiro paraíso, seja apenas viver plenamente. 

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