Ser de uma cidade que tem o nome de
Paraíso rende muitas piadinhas. E não digo isso pelo pequeno número de
habitantes, mesmo que isso seja outro grande fator para gozações. Mas falo pelas
inúmeras vezes que escutei: “então você mora no paraíso?”, “é o paraíso mesmo?”,
“Eva e Adão moram lá?” e “paraíso realmente existe, como é lá?”. Não falo sobre
isso por não gostar. Na verdade, não me importo. Mas semana passada, algo
diferente aconteceu.
Fui
comprar minha passagem. Já sei o jeito que cada “moça dos bilhetes” atende.
Escolhi a mais simpática. A loira dos cabelos esvoaçante. 30 e poucos anos. Olhos
claros. “Pra onde moça?” Respondi: Paraíso! Foi então que ela entrou pra lista
das pessoas brincalhonas em relação a isso. “Então você mora no paraíso?”.
Observei
seu jeito entusiasmado. Acredito que ela tenha se sentido esperta por falar
sobre isso. Sorri e confirmei. Fui
sentar em um dos bancos da rodoviária. Estava ainda a guardar a passagem na
carteira quando comecei a pensar: “O que as pessoas entendem sobre a palavra Paraíso?”
Céu,
jardim do Édem, lugar utópico. Há diversas definições. Até mesmo cidade, olha
que ironia! Eu, como alguém que acredita muito em Deus, e prefere ter fé nas
histórias que sempre me falaram a ter que buscar razão nessas questões, creio que
exista sim o lugar tranquilo e bonito para nos receber depois da morte.
Mas,
por que falarem tanto disso? A vida já é curta para se preocupar com depois dela.
Será que vale a pena achar definições? Não é mais simples se despreocupar? Pois
é, eu penso assim. As pessoas se preocupam muito em tentar adivinhar e prever
as coisas e se esquecem que estão vivas. Talvez, o verdadeiro paraíso, seja apenas
viver plenamente.
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