segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O verde do interior


Hoje caminhei por uma estrada cheia de pedras. E isso não foi uma coisa ruim. Pelo contrário, cada vez que percorro esse caminho, me sinto eu. De verdade. Como criança, como alguém livre e acostumada. Esse lugar é onde cresci, onde vivi, onde ainda moro. Às vezes. E, por mais que não seja sempre, é aqui que me sinto em casa. Minha casa, meu interior. Nada de barulho, nem de confusão. Olhar para trás ao escutar um barulho de carro é apenas um gesto de curiosidade, não de cuidado. A tranquilidade de me sentir segura é uma das maiores riquezas que tenho aqui. Ouvir o canto dos pássaros. Sentir o sol por entre as árvores. Árvores, natureza. Nada de calçadas que puxam os raios solares que chegam rapidamente, ignorando a camada protetora que deixou de nos cobrir. Pedras, terra e grama. Odeio o cinza das cidades grandes. Mas, preciso suportar. Por mais que ame o rural, é no urbano que terei de viver. É lá que fica a maior parte das notícias. É lá que vou precisar estar. Morar. Viver. Mas, às vezes. Porque sempre vou querer fugir para esse meu cantinho, onde não se tem shoppings, mas, se tem ar puro. O ar que eu quero. O ar que preciso. Cinza é a cor da destruição, verde me lembra esperança. E é de esperança que o mundo sobrevive. 

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