Fico pensando, nunca ninguém consegue ser o que eu queria. Sou chata, exijo o que não existe no mundo normal, ou pelo menos, ainda não encontrei. E quando acho que encontrei, não dá certo. Na verdade, aqueles (dois) a qual eu já gostei o suficiente pra chegar ao ponto de querer algo mais sério, não seriam totalmente ideais, porque se fossem estariam aqui ainda. É, mas não estão.
Será que é tão difícil encontrar uma pessoa que seja do jeito que sempre sonhamos? Não, não estou com pressa de achar o amor da minha vida, só resolvi escrever um pouco sobre essa velha história que tanto falam: “Não devemos mudar ninguém, portanto, aprenda a amar quem lhe ama.”
Eu sei, seria ótimo e fácil, confesso. Mas seria entediante. Não desejo alguém que seja o que eu deveria querer. Quero alguém que eu realmente deseje.
Alguém que além de me amar, me conheça e me aguente. Não quero apenas ser amada, quero amar e ser amada. Quem vive pelo outro, não vive a própria história, e eu quero ser feliz.
Quero alguém que saiba quando estou nervosa e segure minha mão. Alguém que entenda meus ataques durante a TPM, que não me pergunte por que estou tremendo, alguém que conheça meus defeitos. Desejo alguém que saiba que quando eu pedir: “Me traga um refrigerante”, traga Pepsi sem questionar. Alguém que saiba o quanto amo marshmallow e o quanto odeio palmito. Que não me ache louca por tomar tanto sal de fruta e me acompanhe quando me pegar comendo um pote inteiro de sorvete de flocos.
Alguém que, além de tudo isso, conheça minhas preferências em todos os aspectos.
Quero alguém que tenha fôlego pra me acompanhar, que assista todos os filmes comigo, leia o que eu escreva e goste de nadar.
Alguém que seja engraçado e que saiba provocar. Não precisa ser lindo, mas tem que me fazer rir. Eu sonho com alguém que me irrite às vezes e depois me ame como nunca. Alguém que invés de apelidos carinhosos, me chame de chata e diga o quanto sou péssima cantora quando resolver cantar as mais antigas músicas. Sempre gostei de relações amor x ódio, aquela velha história “entre tapas e beijos”. Não me confunda. Não desejo alguém mau, grosso e mal educado que vai partir meu coração. Eu digo me irritar no sentido de fingir não me amar e depois rir da situação ao dizer: “Sua boba, tu acha mesmo que eu não te amo?”
Alguém que não seja tão pegajoso, mas que não me perca de vista. Alguém que sinta pouco ciúme de mim, e apenas ciúmes necessários. Nada de ciúmes quando se tratar de meu melhor amigo, minha família e minhas amigas. Quero amor intenso, não quero ninguém que me trate do jeito que trataria a mãe ou a irmã, desejo atenção e quero ser surpreendida.
Uma pessoa que me ligue quando menos esperar e não se importe com minhas paixões por ídolos, esmaltes e livros. Que ame ficar até tarde acordado e goste de dormir com no mínimo dois edredons. Alguém que eu olhe nos olhos e perceba que realmente está do meu lado porque quer e principalmente, que continue para sempre.
Ei, não sou tão egoísta assim. Quero alguém que eu possa fazer feliz também. Mas para isso eu preciso amar mais do que o suficiente para tal proeza. Afinal, fazer alguém feliz é tarefa difícil e eu não quero fingir um relacionamento caso ele não for realmente o meu destino.
Sou previsível e imprevisível ao mesmo tempo. Embora meus gostos sejam claros demais, minhas ações não. Posso fazer algo hoje e amanhã mudar de direção, posso estar amando hoje e odiando amanhã. Eu gosto de atenção e muitas vezes não sou compreendida.
Você deve estar aí, pensando: “Que garota idiota, ela acha que isso é mesmo possível?”, E então, meus caros, eu respondo: Eu penso exatamente a mesma coisa.
Por mais que eu sonhe boa parte do dia, eu tenho meus momentos realistas, onde me pego fazendo a mesma pergunta. O ruim de se auto perguntar isso, é se deparar com a resposta, aquela que eu não quero ouvir, mas que está clara demais para mim e para todos. Portanto, chego à conclusão que, embora eu quebre a cara milhões de vezes e me iluda por toda vida, é melhor viver meu mundo imaginável do que desistir de meus sonhos. Pra que enlouquecer com as decepções da vida real, se ao fechar os olhos é possível ser qualquer coisa?